quarta-feira, 17 de setembro de 2008

E tudo está a mudar... pelo menos por três meses


Era para ter começado no dia 10 de Setembro, mas foi adiado para o dia seguinte o início da nova etapa da minha vida.

A decisão de vir estagiar para o Público correspondeu mais à necessidade de auto-superação do que a qualquer perspectiva de desempenhar um trabalho bom ou fácil.

Por outro lado, sei que daria uma felicidade ao meu pai. A verdade é que ele nunca teve grande orgulho na minha carreira e esse perdeu-se ainda mais no dia em que decidi optar definitivamente pelo Jornalismo. Talvez ao escolher o jornal que ele lê todos os dias possa ajudar a atear um pouco a minha credibilidade e as razões da minha escolha.


A redacção

O que mais me surpreendeu no ambiente e que contrariou a minha ideia pré-concebida de pseudo-redacção é a calma aparente que se faz sentir.

Quais jornalistas stressados qual quê?

Se o (pouco) trabalho me tivesse permitido abandonar as instalações antes das 21h logo no segundo dia, talvez nunca viesse a conhecer aquilo que realmente eu pensava que era "a redacção do Público".

É verdade. Quando eu pensava que o segundo dia de estágio (ou, na prática, o primeiro) não seria mais do que a continuação de um conhecimento superficial do novo local de trabalho eis que, às 17h30 , o editor me pede que faça uma pequena notícia sobre a manchete do dia anterior do JN.

Parece que dois menores foram acusados de violar um miúdo de seis anos. No mínimo o caso parecia-me macabro. E isso era apenas o que eu pensava antes de me aperceber que 900 caracteres são uma infinidade de letras quando não há nada a acrescentar àquilo que toda a gente já sabe.

Felizmente que uma jornalista com a agenda recheada de contactos se ofereceu para me ajudar, mesmo que, quatro horas depois, o estado da minha notícia não fossem absolutamente nada diferente do que aquilo que o JN havia dito no dia anterior.

Eram 21h quando abandonei a redacção e o sentimento de tristeza e de inutilidade começou a acentuar-se logo no segundo dia de trabalho. Era sexta-feira e nem o fim-de-semana me alegrava.

Definitivamente a minha vida estava a mudar mas, pelo menos, no sábado o meu pai poderia dar-se por contente por, no dia seguinte, se dar "ao luxo" de ler um artigo escrito por mim "num jornal dito de referência nacional".

Foto

1 comentário:

Monique Mendes disse...

Boa sorte!
Não te sintas "mal", é mesmo assim o estágio...Sentes-te um bocadinho "burra" mas afinal ninguém nasce ensinado! Vai correr tudo bem e mais importante espero que gostes!

Beijo