sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Tudo de tudo ou nada de nada


Já me tinham dito e eu nunca quis acreditar.

"Haverá dias no estágio em que não fazemos quase nada e, outros, em que fazemos quase tudo".

Tirando o segundo dia de estágio (que dificilmente me sairá da memória como o dia da estupidez mórbida) acho que nunca me aconteceu ter que fazer "tudo de tudo". Bem, digamos que só a expressão já me assusta. Embora não me assuste tanto como a "nada de nada".

Terça e quarta-feira passaram monótonas, vazias, isto é, sem trabalho. Mas pior do que me sentir inútil, foi sentir mal recompensada. Eram 17h30 de terça-feira quando o editor me pediu que fizesse um pequeno artigo sobre a abertura de um centro comercial em Matosinhos.

O desafio não era grande, nem sequer me podia desprender do press release mas, apesar de tudo, sempre foi melhor do que nada até... ler o jornal do dia seguinte.

O meu artigo não saiu. Em vez disso, num caderno designado "Público Imobiliária" que, segundo consta, é pouco mais do que mera publicidade, um outro redactor ou publicitário ou qualquer coisa idêntica, publicou uma espécie de "chapa-sete" do press release que também eu tinha recebido.

O editor explicou-me que o meu artigo esteve, inclusive, paginado para sair. Mas acabou por ficar no "quase" e, dado o facto de o artigo repetitivo acrescentar à informação coisas que eu optei por não colocar, por estar limitada a 900 caracterees, teve direito a ser publicado em lugar do meu.

Se fiquei triste? Afinal nem era nada de especial. Foi uma espécie de "rebuçado" como aqueles que dão às crianças quando estão amuadas de tédio. Mas depois de o comer sabem o que me aconteceu? Ficou entalado no meio da garganta.


A recompostura

Depois desses célebres acontecimentos e, quando a minha cabeça ia explodindo de tanto pensar em sugestões para dar, eis que surge a brilhante ideia de sugerir um artigo sobre uma medida recente tomada pela CP relativa ao transporte de bicicletas nos comboios.

Felizmente foi bem aceite. Enquanto escrevo isto aguardo uma chamada do presidente da Federação Nacional de Cicloturistas que espero que venha a enriquecer a minha notícia.

Em lista de espera tenho um artigo de agenda.

Parece que as coisas se estão a recompor. Pelo menos até à próxima recaída na monotonia da inutilidade.

Foto

1 comentário:

Monique Mendes disse...

Muito bem!!

A nossa Cris a mostrar o que vale :)

Querida essa frase é mesmo verdade... Já tive dias que nem podia parar para respirar e outros (muitos) que me passaram completamente ao lado...

Resta ter força!

Beijinho